¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quarta-feira, agosto 23, 2006
 
BAIXO ASTRAL PARA ASTRÓLOGOS



A União Astronômica Internacional (IAU) decide amanhã se os planetas do sistema solar são oito ou doze. Conforme a definição de planeta a ser adotada, ou Plutão perde o status de planeta, ou o sistema solar ganha mais três: Cedres, Caronte e Xena. Em verdade, o sistema solar está correndo o risco de virar uma bagunça como a União Européia. Conforme a generosidade das definições, poderá ter trinta ou mais planetas.

Para o mundo científico, onde redefinir conceitos faz parte da rotina, nada de novo. A cada nova definição que surge, geralmente morre uma antiga. Curioso será ver como reagirão esses gigolôs das angústias humanas, os astrólogos.

Se os signos eram regidos por nove planetas, como é que ficamos agora? Se Plutão for cassado, quem regerá Escorpião? Se Cedres, Caronte e Xena entrarem no baile planetário, regerão a quem? A clientela dos novos planetas será roubada de quais entre os antigos? Se os três novos planetas forem reconhecidos, serão revisados todos os mapas astrais até hoje desenhados? Ou seja: então os mapas até hoje feitos não valiam nada? Isso sem falar nas co-regências.

Claro que os astrólogos encontrarão alguma saída ante as novas definições. Vigarice sempre rendeu bom dinheiro e não pode ser assim abandonada, sem mais nem menos. Ao perturbar um próspero mercado de trabalho, os senhores cientistas estão se revelando verdadeiros estraga-prazeres. Abaixo a ciência! Longa vida ao mercado!