¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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sexta-feira, dezembro 14, 2007
 
UM POUCO DE PESSOA



A grande poesia não faz mal a ninguém. Como a relação entre escritor e leitor é sempre uma teia de cumplicidades, suponho que não seja estranha a meus leitores a obra de Fernando Pessoa. Mas sempre há os leitores emergentes, a turma mais jovem que começa a iniciar-se no território das letras. Em atenção a estes, vou alegrar o blog com alguns bons momentos de poesia, que podem significar a descoberta de um autor. Hoje, o Pessoa, um de meus dois poetas prediletos. O outro é José Hernández.


Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.

Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.

És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.