¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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terça-feira, setembro 23, 2008
 
NÉSPOLI X ABUJAMRA


Caro Janer...

Possivelmente a apologia financiada pelo Estadão que Beth Néspoli fez da peça sobre o Marighella nem seja a pior coisa que ocorre nesse sentido ultimamente. Outras piores ocorrem com o suado dinheiro dos impostos. Semana passada vendo casualmente TV aberta assisti o final de um programa chamado “Provocações” na TV Cultura onde um tal de Abujamra entrevistava a si mesmo como candidato a vereador de São Paulo. Apesar da visível tendência da Cultura em apoiar democracias de cunho mais populares, algumas mitologias vendidas sempre enauseiam. Lá pelas tantas, depois de algumas frases de efeito, evidentemente chegou-se ao eterno problema-chavão da educação. Qual a solução apresentada por este senhor? Ele simplesmente teatraliza que pega um telefone, liga para Cuba e então pede para Fidel vir para o Brasil por um ano para resolver este problema “porque já tinha resolvido em Cuba” e desliga. A seguir fala-se da saúde. Novamente ele pega o dito telefone imaginário e liga para Fidel outra vez e pede para que fique mais um ano para resolver o problema da saúde também...

Este é o mesmo senhor que se orgulha de ter trazido o teatro de Bertold Brecht para o Brasil. O mesmo Brecht que ajudava a polícia política comunista da STASI onde muitos membros pertenceram a antiga Gestapo. E que, pelo que consta, quando soube que alguns implicados nos expurgos stalinistas não eram culpados disse algo como “Quanto mais inocentes eram, tanto mais mereciam morrer”. Ou então os famosos: “Mentir em prol da verdade”, “é melhor errar com o partido do que acertar fora dele”, "Ppra um comunista a verdade e a mentira são apenas instrumentos, ambos igualmente úteis à prática da única virtude que conta, que é a de lutar pelo comunismo.". E por aí vai...

Quantos precatórios será que já se gastou ao longo dos anos com a promoção televisiva de tais preciosidades?

Emerson Schmidt

P.S. - Apesar do Machado ser evidente forçação editorial nos vestibuares, a meu ver o Sagarana é bem pior. Que filólogos se interessem pelo registro de idiossincrasias lingüísticas, isto é natural. O que já não é natural é que alguém que será cobrado pelo seu conhecimento da norma culta da língua tenha de perder tempo se adentrando nesse tipo de coisa, especialmente se for de Exatas. Ou então que se restrinja a sua recomendação ao pessoal que estudará Letras. Até a revolução dos bichos seria uma indicação melhor...