¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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quinta-feira, maio 21, 2009
 
MENSAGEM DO AENDER


Kháire, ô Janer!

O seu texto me lembrou duas citações, lá vão:

"O pobre inteligente é um observador bem mais fino que o rico
inteligente. O pobre olha em redor, a cada passo; examina,
desconfiado, cada palavra das pessoas que vai encontrando; cada passo
que ele próprio dá impõe a seu espírito e a seu coração uma tarefa, um
dever. Tem o ouvido fino, é impressionável, experiente, leva
queimaduras na alma..." Knut Hamsum, Fome.

"290. A ignorância só degrada a pessoa quando é acompanhada de
riqueza. O pobre é limitado por sua pobreza e por suas necessidades;
no seu caso o trabalho substitui o saber e ocupa seus pensamentos. Por
outro lado, os ricos que são ignorantes vivem apenas para seus
prazeres e se parecem ao gado, como podemos notar diariamente. Isto é
ainda mais censurável porque não usaram a riqueza e o ócio para aquilo
que lhes empresta o mais alto valor." Schopenhauer.

Interessante ler esse texto. Hoje estava aqui nas minhas elucubrações
tentando imaginar um mundo onde o modelo greco-romano não tivesse
chegado ao esgotamento, dando brecha ao cristianismo, e tendo chegado
até hoje. Que mundo seria esse? Talvez menos doentio e mais realista,
mas como vamos saber...

Outra coisa, você que é jornalista poderia comentar, se é que ainda
não comentou, a respeito da palavra-muleta "suposto". Tudo em jornal
hoje é suposto, nada se afirma. Com certeza para se evitar processos.
Hoje estava ouvindo a BandNews e a repórter carioca disse que
"supostos" traficantes haviam sequestrado um ônibus. Supostos
traficantes poderiam até ser, mas que com certeza eram bandidos, eram.
Mas, do jeito que andam as coisas, até se ela fosse usar o vocábulo
bandido, a muleta do suposto estaria lá para escorá-lo. Daqui há pouco
frases como 'o corredor teve uma suposta lesão a nível de joelho
e não vai estar correndo na próxima maratona' serão supostamente (rs)
a nova realidade da língua.

Aender dos Santos