¡Ay de aquel que navega, el cielo oscuro, por mar no usado
y peligrosa vía, adonde norte o puerto no se ofrece!
Don Quijote, cap. XXXIV

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segunda-feira, abril 18, 2011
 
MANDELA INCITA À MATANÇA DE
BRANCOS NA ÁFRICA DO SUL



De irada leitora, recebo, a propósito da coluna em que comentei a aprovação de Kill de boer, kill the farmer, por Bono Vox:

“Embora tivesse convencido a mim mesma a não mais comentar tua coluna, não posso deixar de fazê-lo. Prestas um serviço ao nos informar sobre esse lado negro de uma canção e nada justifica divulgá-la hoje nesse contexto. Quem sabe já vais te munindo de mais subsídios, pelo jeito agora alimentados por "correspondentes estrangeiros", para num futuro não muito distante, dissecares a derrocada de todo o continente africano, minado pela herança da invasão e do domínio BRANCO de décadas!! Não bastasse a implosão do norte, agora explode a Costa do Marfim e novamente o Sudão. E isso que nem se ouve mais nada sobre outros focos do passado como Etiópia, as ex-colônias portuguesas etc. etc.”

Caríssima, quem trouxe à tona essa história não fui eu, mas o Bono. E se ele apóia a difusão de uma canção perigosa em um ambiente de lutas raciais, é problema dele. Me reservo o direito de criticá-lo. Quanto à África, posso te assegurar que se os dominadores brancos continuassem lá, o continente não estaria se esfacelando em lutas tribais. Tudo o que a África tem de civilizado – universidades, hospitais, tecnologia, alguma ciência, alguma organização política – é legado dos europeus. Os responsáveis pelo desenvolvimento da África do Sul foram os bôers e não os xhosas ou tribos outras.

Isso me lembra a Vida de Brian, dos Monty Python (cito de memória). Reunidos os conspiradores judeus, o líder pergunta: que nos trouxeram os romanos? Estradas, responde alguém. Certo. Mas além das estradas, que nos deram? Hospitais, responde outro. É! Mas que mais além das estradas e hospitais? Aquedutos, sugere um terceiro. E assim continua a discussão, até que sai um manifesto: apesar de nos terem trazido estradas, hospitais, aquedutos, escolas, esgotos, romanos go Rome!

Quanto a denunciar vigarices, é dever de todo jornalista. Considero uma demonstração de subdesenvolvimento cultural um país receber, como recebeu o Brasil, este salafrário e sonegador de impostos. É preciso ser muito colonizado para se chegar a tal ponto.

Outro leitor me observa: “Não acho que ser mal informado a ponto de fazer uma observação infeliz sobre a questão da música Kill de Boer na África do Sul, assim como o artigo mesmo indica, faz dele um vigarista. Seria mais um "poor judgement" da parte dele. Nem cantar músicas do IRA quando criança. Canção folclórica muitas vezes é meio lúgubre. Já pensaram na letra do "atirei o pau no gato", "boi da cara preta pega essa criança que tem medo de careta", e assim por diante? A gente quando criança cantava sem pensar no significado. Em inglês também tem disso”.

Pois é! Se o Tiririca faz uma menção jocosa aos cabelos de sua mulher, sua gravadora é multada em 300 mil reais. Já o Bono, quando endossa uma canção que incita à violência contra os brancos, é recebido com tapete vermelho no Brasil, pela presidente, pelo ex-presidente e outras autoridades. Por outro lado, não vejo como um irlandês possa estar mal informado a respeito de uma canção cujo título é Kill the farmers. Vejo uma vigarice nisto, sim. Bono, em busca de prestígio e do Nobel da Paz, empunha as piores bandeiras das esquerdas. Matar fazendeiros, desde Lênin a Stédile, é quase um dever moral para todo comunista. Se o muro de Berlim já caiu, o sonho ainda não morreu e sempre rende aplausos. Particularmente entre os botocudos.

Mas a vigarice mesmo não reside nisto, e sim em sonegar impostos e depositar sua fortuna em paraísos fiscais. A fundação One, da qual Bono Vox e' presidente, segundo a imprensa inglesa, só destina às pessoas necessitadas cerca de 1% do que arrecada. O resto é embolsado pelo Bono e demais funcionários da fundação. Se isso não é vigarice, já não entendo o vernáculo.

Quanto a “atirei o pau no gato” e “boi da cara preta”, são inofensivas canções infantis que vêm sendo condenadas pelos ridículos militantes do politicamente correto. Há uma certa distância entre atirar um pau num gato e matar um bôer. A propósito, te envio esta significativa interpretação de Julius Malema. Líder do governista CNA (Congresso Nacional Africano), Malema foi proibido pela Justiça de cantar a canção: http://youtu.be/5exDw9Git58

Uma coisa é crianças cantando canções folclóricas sem pensar em seu significado. Outra coisa é um estadista, com ar solene, cantar canções que incitam à matança, em um país conflagrado pelo ódio racial. Com os leitores, Nelson Rolihlahla Mandela, popstar xhosa do racismo negro na África do Sul: http://www.youtube.com/watch?v=fcOXqFQw2hc

Não por acaso, Mandela recebeu em 1989 o Prêmio Internacional Al-Kadafi de Direitos Humanos. Em 1993, com de Klerk, recebeu o Nobel da Paz. Bono Vox conhece o caminho.